quarta-feira, março 10, 2004

Promoção não é informação! - ponto final, parágrafo.

A semana passada, durante um programa de informação sobre o Euro 2004, transmitido pela RTP1, pensei, a determinada altura, estar a assistir a outra triste cena semelhante àquela que o presidente da Câmara de Marco de Canavezes, Avelino Ferreira Torres, protagonizou, dias antes, no "Jornal da Noite", na SIC, com o jornalista Paulo Camacho.
Desta vez, o protagonista de algumas palavras infelizes foi o presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Gilberto Madaíl, um dos entrevistados do jornalista Carlos Daniel. Tudo porque Gilberto Madaíl não gostou da exibição de algumas reportagens emitidas durante o programa, pelo que recusou, por várias vezes, responder a uma questão colocada pelo jornalista, querendo falar a todo o custo, de forma, posso mesmo dizer, abusiva, a fim de defender-se do que não tinha gostado de ver nas referidas reportagens – a título de exemplo, uma das "peças jornalísticas" reportou que o Euro não vai chegar à zona Interior do País, e as consequências negativas que isso trará para aquelas regiões;
Palavra puxa palavra, a conversa entre Gilberto Madaíl e Carlos Daniel começou, por assim dizer, a "azedar", até que, para meu espanto – e de alguns telespectadores, certamente – Gilberto Madaíl não só começou por ser indelicado com o jornalista, como afirmou, notem bem, que o programa não estava a promover o Euro 2004, ao que o jornalista respondeu, e muito bem: «Não estou aqui para promover o Euro, mas para fazer perguntas»; o meu aplauso (o nosso aplauso!) ao jornalista, de quem não seria de esperar outra coisa; em resposta a Carlos Daniel, Gilberto Madaíl tem a seguinte (triste) afirmação: «Não participo em mais nenhum programa que não seja para promover e divulgar o Euro»;
Para bom entendedor, as palavras atrás referidas são suficientes para perceber onde quero chegar, mas não termino sem uma nota:
Já chega de "achincalharem" o «bom» jornalismo que se faz em Portugal e de tratarem mal alguns «bons» jornalistas (o mau, que também existe, não deve ser tomado pelo todo, como, de resto, se constata em todas as profissões); Afinal, nós, comunicadores, não "ensinamos" aos entrevistados como deverão desempenhar o seu trabalho, então porque teimam, alguns deles, em ensinar-nos o nosso?! Ponto final, parágrafo.

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