sábado, março 20, 2004

Censura no DN?

Leiam com atenção o texto abaixo, publicado na edição de 19 de Março do jornal "Público":

«A Iniciativa: Ex-jornalista do "DN" Pede Ajuda para Publicar Carta Rejeitada pela Direcção
Sexta-feira, 19 de Março de 2004

Um antigo jornalista do "Diário de Notícias", Acácio Barradas, está a fazer uma recolha de fundos para pagar um anúncio naquele jornal onde pretende divulgar uma carta que a direcção se terá recusado a publicar no espaço de opinião.

Acácio Barradas dirigiu-se ao director do "DN" defendendo a posição da provedora do leitor, Estrela Serrano, que recentemente escreveu que muitas vezes a versão final dos textos publicados foge ao controlo dos autores e contêm alterações introduzidas pela hierarquia do jornal - situação que causaria polémica na redacção. A posição da provedora motivou uma nota da direcção, segundo a qual "essa prática" não se aplica no diário.

Na sua carta, o antigo jornalista faz duras críticas à actuação das direcções do "DN" e do conselho de redacção. O diário terá recusado a publicação da missiva justificando que o assunto que aborda "já foi encerrado pela direcção do 'DN'". Numa mensagem que fez circular pela internet, Acácio Barradas apela à colaboração com um donativo em dinheiro de modo a conseguir a verba necessária para publicar a carta como publicidade naquele jornal. Para publicar a carta em anúncio de página inteira, como à partida pretende, necessita de entre 4.600 a 6.900 euros, consoante a localização; a meio da tarde de ontem angariara 1.600. Diz que irá conseguir o dinheiro necessário e que quer resolver o assunto ainda esta semana. No entanto, mesmo como publicidade, o assunto irá ainda à aprovação do director do "DN", que terá que ouvir também o conselho de redacção. Acácio Barradas diz que não se conforma com a recusa, não pelo seu caso, "mas por saber que há muitos casos como este nos jornais".

Ouvido pelo PÚBLICO, o director do "DN", Fernando Lima, escusou-se a comentar quer a iniciativa quer a alegada recusa de publicação. "Mandou-me uma carta, o que eu tinha a dizer disse-lho num cartão que lhe mandei", afirmou apenas.».


PS: Estaremos perante um acto de censura?

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